Tomasz
Em inglês: Successful English learners: Tomasz P. Szynalski
Contents
Quem é você?edit
Meu nome completo é Tomasz P. Sznalsk, mas pode me chamar de Tom. Moro em Wroclaw, Polônia. Tenho mestrado em administração empresarial na universidade de tecnologia Wroclaw. Desde 1998, tenho trabalhado principalmente como tradutor inglês-polonês, às vezes como professor de inglês, web designer e desenvolvedor de software. Em 2000, comecei esse portal com Michałem Ryszardem Wójcikiem
Criei também Typeit, uma ferramenta online que facilita a digitação de caracteres estrangeiros (e símbolos fonéticos).
Como você aprendeu inglês?edit
Como tudo começouedit
Comecei a aprender inglês quando tinha 6 anos. Por 8 anos eu estudei inglês do jeito que todo mundo estuda – frequentando aulas de inglês; que foi de quase nenhum proveito. Eu fazia tudo que os professoras pediam: Fiz anotações, os deveres de casa e tudo mais. Mas de nada adiantou. Ou digamos que aprendi alguma coisa mas nada demais. Eu sempre fui um dos melhores alunos da turma – e mesmo assim me custava ler textos em inglês, eu cometia vários erros de escrita, minha pronúncia era ruim e eu só conseguia falar inglês bem devagar. Oito anos de sacrifício, e foi tudo isso que consegui.
As coisas começaram a melhor um pouco por causa de ....jogos de computador. Quando meu pai, finalmente, me comprou o primeiro computador em 1991, eu comecei a jogar vários jogos de aventura. Os meus preferidos eram os da Lucas Arts, como a série Indiana Jones, a série O Macaco da Ilha e O Dia do Tentáculo. Jogando esses jogos eu lia bastante em inglês e com o tempo eu ganhei uma “intuição gramatical”
Foi participando de um concurso no ensino fundamental quando percebi isso. Eu olhava as questões de gramática, e às vezes era capaz de acetar a resposta só porque uma opção me parecia boa e as outras ruins.
Notei, também, que eu reconhecia frases que estavam em jogos que eu havia jogado. Por exemplo, quando eu lia uma questão sobre o presente perfect tense, eu lembrava de uma frase nesse tempo verbal que eu tinha visto em algum jogo. Pela primeira vez, eu pensei que talvez você não precise de um professor para te explicar a gramática; talvez você possa “absorvê-la” com leitura em inglês. Seria possível que jogos de aventura haviam me ensinado mais inglês do que as aulas?
Motivei-me e aprendi a aprender por contra própria.edit
Eu adoraria dizer a você que eu comecei a aprender inglês a sério porque eu queria desenvolver-me, comunicar-me com o mundo, ou até mesmo tirar boas notas e conquistar um bom emprego com um bom salário. No início, minha motivação era mais maligna: Meu espírito competitivo.
Em 1993, eu comecei a estudar na melhor escola de ensino médio de Wroclaw. Tive um programa especial com bastante aulas de inglês, e certas matérias (como matemática e física) eram ministradas em inglês. Devo muito ao pessoal de lá, tanto estudantes quanto professores. Meus dois primeiros anos do ensino médio foram muito importantes para o meu inglês. No início, pensei que iria me sair bem sem muito esforço. Afinal de contas, eu havia tirado a maior nota da turma na prova de colocação inicial e, até então, tinha sido o melhor aluno em toda turma de inglês a qual havia feito parte.
Só que eu reparei que haviam dois outros rapazes — Wojtek Dzierzanowski e Michal Ryszard Wojcik (que acabou virando meu parceiro no Antimoon) que eram realmente impressionantes. O primeiro tinha uma pronúncia estadunidense ótima e o segundo parecia que falava sem cometer um erro sequer. Além disso, cada vez que lhes ouvia falando, o vocabulário deles parecia maior.
Eu não era fã do progresso deles. Na verdade, eu odiava o que estava acontecendo. Eu odiava saber que outro estudante pudesse ser melhor em inglês que eu. Eu tinha assistido a aulas de inglês desde que eu tinha 6 anos de idade, caramba, eu não iria permitir que alguém fosse melhor que eu. Estava claro, eu precisaria trabalhar sério para não ficar para trás.
Passei a ouvir mais os conselhos do meu professor de inglês, o senhor Janusz Laskosz. Comprei um bom dicionário inglês-inglês e aprendi a ler a transcrição fonética dele, e em casa, a praticar, com atenção, pronúncia de palavras em inglês tratando de captar diferenças entre palavras parecidas como full e fool. Eu stava pronunciando cada vez melhor vogais como æ (a vogal em cat) e ə (o primeiro som em away, também conhecido como schwa)
Apesar do fato da pronúncia britânica ser o padrão nas escolas polonesas, Wojtek, Michal e eu decidimos estudar a pronúncia estadunidense. Era divertido fazer o caminho diferente dos outros, e o inglês dos EUA oferecia mais opções de conteúdo interessante, como programas de TV e filmes. Comecei a ouvir gravações (como histórias de Shaggy Dog Stories que eu consegui com Mt Laskosz) e a imitar as frases que ouvia. Diariamente, assistia à TV estadunidense (e.g. CNN Internacional, Cartoon Network). Resultado: eu entendia cada vez melhor o inglês falado e aplicava algumas das palavras que escutava nas minhas próprias frases.
Nossa escola era diferente das outras, ela tinha alguns professores dos EUA. Eu aproveitei isso o máximo que pude. Eu ia a eles durante os intervalos entre as aulas para puxar papo sobre coisas do dia-a-dia. Algumas vezes, quando a turma tava fazendo bagunça eu passava os 45 minutos conversando com o professor enquanto meus colegas conversavam entre eles. Eu tratava de usar gramática simples e evitar erros. Com 2 ou 3 meses, eu já me sentia confiante para falar. Claro que eu ainda tinha que parar às vezes para procurar palavras, nunca usava condicionais, o past perfect tense ou orações com AS IF, e minha escrita era insuficiente (escrita exige muito mais vocabulário que fala) Mas eu já conseguia expressar o que queria com poucos erros e uma pronúncia muito boa, mesmo que parecesse uma criancinha falando. Foi então que eu fiquei motivado. Eu ainda tinha o espírito de competição, mas agora eu também estava tendo prazer com meu progresso e as possibilidades que se abriam para mim. Era muito legal pronunciar uma palavra igualzinho a um estadunidense, usar uma palavra nova, ou conseguir entender uma TV estrangeira!
3.Turbinei meu inglês com leitura e SuperMemoedit
Uma das coisas mais importantes que aconteceu na escola foi quando eu, por acaso, ouvi Wojtek e Michal conversando sobre um programa que eles usavam para aprender novas palavras. O programa se chamava SuperMemo “Eu sabia que eles tinham um macete para memorizar vocabulário”, pensei “É por isso que eles sempre têm palavras tão avançadas como APPALLED and STREAMLINE!”. Naturalmente, eu fiquei muito interessado na “arma secreta” deles. Mas tive preguiça. Para usar o SuperMemo, tinha que gastar muito tempo copiando para o computador palavras, transcrições fonéticas e aplicações em frases de dicionários. Eu tentei, mas não logo cansei.
No verão de 1994, comecei a ler livros em inglês, a maioria eram suspense e romances de ficção científica. Isso deve-se muito ao encorajamento do Senhor. Laskosz e o exemplo de Michal e Wojtek. Isso foi uma excitante experiência para mim que um ano antes, nem imaginava que me fosse possível, – sendo um mero estudante de ensino médio – ler literatura original em inglês como se fosse alguém dos EUA ou um britânico. Meus pais nem acreditaram nisso!
Logo me dei conta que o inglês escrito era muito diferente do inglês que eu escutava os nativos falarem na TV. Os autores escrevem coisas como “he would be forced to wipe them frequently using a stubby gloved finger” ou “the final scurrying about had reached an almost unbearable frenzy”. Eu via muitas palavras novas mas era muito difícil memorizá-las, toda hora eu tinha que procurar a mesma palavra no dicionário, e isso era irritante. Eu vi que eu tinha que dar um jeito de lembrar tanto vocabulário.
Em fevereiro de 1995, eu finalmente montei minha primeira coleção de vocabulário em inglês no SuperMemo. Isso foi um avanço para mim. Comecei a adicionar um monte de palavras dos livros que eu lia. Todos os dias, eu chegava da escola e passava uma-duas horas adicionando novas palavras à minha coleção. SuperMemo funcionava tão bem que eu podia adicionar 30 novas palavras e sabia que memorizaria todas elas em um mês. Era como grude! - tudo ficava colado na minha memória! Eu gravava várias coisas novas e quase nunca esquecia alguma delas, então meu conhecimento estava sempre aumentando. Em dois anos, minha coleção tinha 3000 palavras com pronúncia e frases de exemplo. Mais sobre minha experiência de 9 anos com SuperMemo) Com tanta leitura e SuperMemo, meu vocabulário não era mais meu ponto franco, senão meu forte. Ficou difícil de um um professor meu (não nativo) me surpreender com uma nova palavra. Meus colegas, frequentemente, faziam perguntas a mim e Michal, porque eles sabiam que nossas respostas eram melhores que a do professor. Até reparei que alguns dos professores estavam ficando com ciúme!
4. Alcancei fluência escrita e faladaedit
No final de 1995, comecei a usar a Internet. Duas ou três vezes por semana, depois da escola, eu ia a um pequeno laboratório de informática que tinha no departamento de química da universidade da região para poder navegar na Internet. Fiz meu e-mail pessoal e comecei a escrever mensagens em inglês. Eu adorava construir frases sem nenhum erro, especialmente com estruturas gramaticais e vocabulário avançados. Entretanto, nesses primeiros dias da era da internet, minhas opções eram limitadas. Quase nenhum dos meus amigos tinha e-mail. Só dois anos depois, quando a internet discada tornou-se popular na Polônia, que eu convenci Michal a ir para internet, e então começados a nos escrever em inglês.
Por volta de 1997, Michal e eu decidimo nos comunicar só em inglês. Devemos ter conversado em inglês milhares de horas entre as aulas na escola, o que fazia nossos professores e colegas nos olharem admirados. Logo, falar inglês tornou-se tão natural para nós dois que nos esquecemos como que era falar em polonês um com o outro. Precisávamos de um pouco de coragem para decidir fazer isso, mas isso era justamente o que eu precisava naquele momento. Eu já tinha um bom vocabulário, gramática e pronúncia. Eu precisava de fluência – A habilidade de falar em inglês sobre qualquer tema, sem hesitar.
E deu certo. Em 1998, eu participei de uma prestigiosa competição de inglês, de projeção nacional para estudantes do ensino médio. Fui o sétimo melhor do país entre 25 000 participantes. Dois anos depois, tirei o primeiro lugar em um concurso menor que esse para estudantes de universidades técnicas.
Como é o seu inglês hoje?edit
Hoje, o inglês não é mais meu foco de atenção. É mais como uma ferramenta cotidiana, como uma “segunda língua nativa”. Mais de 90% dos meus e-mails são escritos em inglês. Regularmente, visito 15-20 portais em inglês e só alguns em polonês. Raramente preciso olhar no dicionário e quando eu falo, pareço até um estadunidense. (às vezes até estadunidenses não notam que sou estrangeiro)
O que o inglês te deu?edit
Com o inglês, eu posso aprender sobre qualquer coisa de meu interesse. Posso ler artigos técnicos de programação, posso assistir a vídeos de palestras de grandes pensadores. Posso assistir a documentários de fotografia, posso encontrar melhores informações para resolver problemas no meu computador, na minha saúde, saber melhor aonde viajar nas férias, que produtos comprar, etc. A Internet é ridiculamente limitada para quem não fale inglês.
- Posso escrever para o mundo todo, não só para gente do meu país. Meus artigos e postagens do fórum podem ser úteis para toda a comunidade global.
Eu posso me comunicar praticamente com todas pessoas cultas do mundo. Tenho me correspondido com especialistas de renome internacional em ciência, filosofia e campos técnicos como desenvolvimento de software.
- Tenho acesso a excelente entretenimento que não estão disponíveis, ou são difíceis de conseguir, em polonês — e.g. Futurama,The Daily Show com Jon Stewart,The Office, Northern Exposure, vídeos engraçados no Youtube, portais como Reddit e The Onio, etc. Fico maravilhado com o tanto de conteúdo legal que meus amigos estão perdendo.
- Minha diversão assistindo a filmes e jogando vídeo game aumentaram.
Nem sempre há traduções disponíveis, e quando há costumam ser encurtadas (por falta de tempo/ espaço) ou conter erros. Vejo traduções ruins toda hora, até mesmo em DVDs traduzido por profissionais. Sempre que não há a opção original do filme, eu sei que estou perdendo 5-10% do conteúdo.
- Posso ir a qualquer país de língua inglesa e me comunicar com sem probelmas. Nas minhas viagens na Inglaterra e nos EUA, pensaram que eu era um falanto nativo várias vezes. Me senti muito bem com isso!
- Ganho dinheiro com inglês. Quando me formei no ensino médio, traduzi dois livros de informática (usando Windows 98 e C Primer Plus) do inglês ao polonês. Hoje, ofereço servições de tradução em polonês para empresas do mundo inteiro.
Veja tambémedit
Como eu aprendi inglês na era pré-Internet e por que você pode fazer isso mais rápido que eu.
(disponíveis em inglês)
Obs: O texto original contêm links para outros artigos que estão a maioria disponíveis em inglês (e também outras línguas). Em breve traduziremos mais artigos.